O ano de 2017 deverá ser melhor que o de 2016, ainda que as expectativas estejam sendo revisadas para baixo. O governo, que previa crescimento do PIB de 1,6%, agora estima alta de 1%. Se confirmada a projeção, o país voltará a crescer no ano que vem. Outro ponto positivo é a queda da inflação, que deve dar um fôlego extra à economia.

Em 2017, o país ainda não terá o desempenho desejado na economia. Mas, pelas projeções, o crescimento do PIB virá acompanhado da queda da inflação. O IPCA terminou 2015 em 10,67%, deve fechar este ano em 6,8% e cair mais em 2017, para 4,7%, de acordo com o governo. A taxa menor melhora as expectativas e alivia o orçamento das famílias. O consumidor, atualmente, tem pagado dívidas. Com os preços em alta, a renda disponível encolhe e a capacidade de consumo diminui. Com a inflação alta, até o pessimismo com a economia piora. A subida mais suave dos preços no futuro pode colaborar com o consumo.

A saída da crise, no entanto, será complicada. Uma característica dessa recessão é que ela é muito longa e difícil de ser vencida. Três pontos impedem uma recuperação mais rápida. O governo, sem fôlego financeiro, investe pouco. As empresas, endividadas, estão com a confiança baixa. As famílias também buscam reduzir as dívidas e, portanto, têm baixa intenção de consumir.

Fonte: O GLOBO POR MÍRIAM LEITÃO